El Chaltén é uma pequena e rústica cidade, localizada na Patagônia Argentina, com a encantadora aparência de uma vila turústica européia. O charmoso vilareijo é considerado a porta de entrada para inúmeras trilhas repletas de paisagens de tirar o fôlego. A cidade foi o quinto destino escolhido para ser desbravado na terceira etapa do Projeto Desbravando as Américas. Estive pessoalmente em todos os atrativos turísticos descritos abaixo.
Vale ressaltar que as fotos foram tiradas através de uma camêra fotográfica Cannon, emprestada, e por um celular Iphone 4S.
- A cidade de El Chaltén foi fundada no ano de 1985.
- El Chaltén está localizada na Província de Santa Cruz, na Patagônia Argentina.
- A cidade/povoado encontra-se no sul das Cordilheiras dos Andes, no interior do Parque Nacional Los Glaciares.
- Diferente das demais cidades argentinas, El Chaltén foi fundada possuindo apenas uma pousada e uma ponte, pois a área na qual ela está localizada atualmente fazia parte da disputa territorial entre a Argentina e o Chile.
- Os primeiros habitantes da cidade foram famílias de funcionários públicos que se instalaram em 13 casas construídas pelo governo provincial.
- No ínicio do povoamento, os cidadãos não contavam com serviços públicos básicos, chegando a ter energia elétrica por apenas 12 horas por dia.
- Ao longo dos anos, a população da cidade aumentou devido à chegada de imigrantes de outras regiões da Argentina, que buscavam qualidade de vida e tranquilidade.
- A primeira eleição com participação da população ocorreu no ano de 2015, onde foram elegidos o intentente e os seus conselheiros.
- El Chaltén possui uma população fixa de apenas 1627 habitantes, segundo o último censo realizado no ano de 2010.
- Pela a sua privilegiada localização, El Chaltén tornou-se mundialmente conhecida como a capital argentina do treeking, fortalecendo ainda mais o turismo de aventura da região.
- No ano de 2014, a cidade conquistou o segundo lugar no ranking de “melhores cidades do mundo para visitar” que foi realizado pelo guia de viagens Lonely Planet.
- Atualemente, a cidade é considerada a “porta de entrada” para aventureiros de todas as partes do mundo que desejam admirar ou escalar o famoso Monte Fitz Roy.
- Ônibus da empresa Chalén Travel.
- Tempo de Viagem: 3 horas.
- Valor da passagem em junho de 2017: ARS 450,00.
- Hospedagem no Hostel Lo de Trivi . Excelente localização e estrutura. Próximo ao Sendero (trilha) principal de acesso ao Monte Fitz Roy. Durante a minha estada, tive a oportunidade de conhecer a mascote do hostel, que em minha opinião, foi uma agradavél experiência. Tratava-se de um bezerro chamado Mu. Super recomendo o local.
- Valor em junho de 2017: ARS 180,00 (em quarto compartilhado).
- Contato: Juan.
Roteiro para 1 dia - O que fazer?
Parador y Hotel de Campo La Leona: Construído em 1894, por uma família de colonos dinamarqueses, os Jensen, para servir como meio de hospedagem para atender a crescente demanda de trabalhadores rurais que aguardavam para transportar, de balsa, as suas mercadorias e animais até o Oceano Atlântico. Localizado à margem direita do Río La Leona, que assim como o hotel, recebeu este nome em homenagem a um famoso incidente ocorrido no local, no ano de 1877, no qual o renomado cientista e explorador argentino, Perito Moreno, foi atacado e ferido por um puma fêmea, que na gíria patagônica é chamada de Leona. No ano de 1910, o estabelecimento foi vendido e passou por uma reforma de ampliação, duplicando o número de quartos, que passaram a ser decorados com ladrilhos ilustrados. Neste mesmo período, foi construído um armazém, para a venda de produtos gerais, que atualmente funciona como restaurante e confeitaria. Ao longo dos anos, o hotel tornou-se mundialmente famoso por hospedar ilustres personagens históricos como, por exemplo, o trio de ladrões fugitivos Butch Cassidy, Sundance Kid e Ethel Place, logo após de terem roubado o Banco de Londres y Tarapacá na cidade de Río Gallegos; o singular bandoleiro uruguaio, Asensio Brunel, que popularmente era conhecido como uma cópia de Robin Hood misturado com Billy The Kid; o Padre Alberto Maria D’Agostini, sacerdote salesiano que conciliou a sua vocação sacerdotal com a sua paixão por montanhismo e fotografias, realizando expedições pelas áreas mais remotas da Cordilheira Austral; o famoso montanhista francês Lionel Terray, que junto a um seleto grupo de escaladores foram as primeiras pessoas a conquistarem o topo do Monte Fitz Roy, no ano de 1952; o italiano de nascimento e patagônico de adoção, Casimiro Ferrari, que no ano de 1974, foi o primeiro andino a conquistar o topo do Cerro Torre, cujas paredes de granito e gelo são consideradas as mais perigosas do mundo até os dias atuais; e o estadunidense diretor de cinema, Francis Ford Coppola, que ficou maravilhado com a paisagem da região, que segundo ele, remontava à época do “velho oeste”. No ano de 2009, o Parador y Hotel de Campo La Leona foi declarado Monumento Histórico y Cultural de la Provincia de Santa Cruz, por ter testemunhado, por mais de 110 anos, a lendária e fascinante história da região da Patagônia Argentina Austral …
Sendero Al Fitz Roy: Localizado ao norte da cidade, ao final da Avenida San Martín, trata-se da principal via de acesso ao Monte Fitz Roy. A trilha possui, aproximadamente, 10 km de extensão e grau de dificuldade moderado, não exigindo a obrigatoriedade de um guia para realizá-la. Durante todo o percurso, há placas sinalizadoras para auxiliar os viajantes a chegarem, com segurança, aos diversos atrativos espalhados ao longo do caminho…
Mirador Río de las Vueltas: Localizado a apenas 700 metros, desde o ínicio do Sendero al Fitz Roy, trata-se de um mirante natural que proporciona, aos seus visitantes, uma esplendida vista de um dos vales formados pelas curvas, caudalosas, do famoso Río de las Vueltas. Localmente conhecido como Río Gatica, este rio tem a sua nascente no desague do Lago del Desierto, localizado a 506 metros acima do nível do mar, e a sua desembocadura no Lago Viedma, localizado a 250 metros acima do nível do mar. Por se tratar de um rio de degelo glacial, as suas águas possuem uma singular coloração verde prateada que o torna ainda mais belo. Durante décadas, o Río de Las Vueltas foi alvo de uma grande disputa territorial entre a Argentina e o Chile, sendo resolvido apenas no ano de 1994, quando o tribunal determinou que o mesmo fazia parte integrante do território argentino devido ao curso das suas águas seguirem em direção ao Oceano Atlântico, honrando o Tratado de Limites de 1881, assinado entre os dois países. No verão, quando a correnteza do rio se torna mais intensa, devido ao aumento do volume de água de degelo, o local recebe amantes de esportes radicais, de diversas partes do mundo, para a prática de Rafting.
Laguna Capri: Localizada a 4km, desde o início do Sendero al Fitz Roy, trata-se de uma bela Lagoa, de origem de degelo glacial, situada a 200 metros de altitude em relação à cidade de El Chaltén. Margeada pela mata nativa da região, a Laguna Capri é considerada, por viajantes de diversas partes do mundo, uma parada obrigatória, por possuir um incrível espelho d’água, de cor azul celeste, e por proporcionar, aos seus visitantes, uma incrível vista panorâmica do Maciço Fitz Roy…
Monte Fitz Roy: Localizado na porção leste do Campo de Hielo Patagónico Sur, trata-se de uma montanha binacional, parte da famosa Cordilheira dos Andes, com o cume situado a 3.405 metros de altitude acima do nível do mar, a qual o lado argentino encontra-se no interior do Parque Nacional Los Glaciares e, o lado chileno, no interior do Parque Nacional Bernardo O’Higgins. Antes da descoberta da montanha, pelos imigrantes europeus, no ano de 1782, o povo originário Tehuelche, que habitava nesta região, a chamava de Chaltén, que no idioma aonikenk significa “montanha enfumaçada”, devido ao fato do seu cume estar constantemente encoberto por nuvens. Para este povo nativo pré-colombiano, a montanha era considerada sagrada, fazendo parte da sua mitologia e da sua cosmogonia. No ano de 1877, o Dr. Francisco Pascasio Moreno rebatizou a montanha com o nome de Fitz Roy, em homenagem ao capitão da embarcação HMS Beagle, Robert Fitz Roy, que percorreu o Río Santa Cruz, no ano de 1834. Nas últimas duas décadas, estudiosos argentinos começaram a utilizar a nomenclatura Cerro Chaltén para se referir à montanha e assim resgatar a riqueza cultural dos primeiros moradores desta região da Patagônia. O Monte Fitz Roy, apesar de não possuir nem metade da altura das gigantes montanhas dos Andes é considerada de extrema dificuldade devido às suas enormes paredes de granito, quase verticais, polidas e muito escorregadias, que são atingidas por fortes rajadas de vento, exigindo dos escaladores o máximo de conhecimento técnico e experiência para realizar a sua escalada. No ano de 1952, a expedição francesa composta pelos escaladores profissionais Lionel Terray e Guido Magnone foi a primeira a conquistar o cume desta ardilosa montanha. No ano de 2000, o Monte Fitz Roy foi declarado, pela Província de Santa Cruz, Monumento Natural Cerro Chaltén. Atualmente, a montanha é considerada um importante símbolo da Província de Santa Cruz, estando presente em seu escudo e em sua bandeira, e é tida, por alguns estudiosos, como o centro simbólico da região da Patagônia Argentina. Para escalar o Monte Fitz Roy, pelo lado argentino, é necessário realizar um credenciamento no Centro de Informes Turísticos de El Chaltén, comprovando experiência prévia em alpinismo e escaladas, além de um kit para sobrevivência mínima para dois dias e equipamentos para realizar a grande aventura. Por possuir um alto nível de periculosidade que é agravado pelo impetuoso clima da região, muitos escaladores profissionais perderam as suas vidas nas paredes verticais de granito desta montanha ao longo das últimas décadas…
Fauna Local: Pájaro Carpintero de Cabeza Roja (Pica- Pau de Cabeça Vermelha).